Stablecoins: vale a pena o investimento? Análise completa!

Stablecoins emergiram como uma peça fundamental no mundo das criptomoedas, oferecendo uma solução crucial para a volatilidade extrema que caracteriza o mercado cripto. Elas desempenham um papel vital ao proporcionar estabilidade e confiança, elementos essenciais para a adoção generalizada das criptomoedas em transações diárias e no setor financeiro como um todo.

Neste artigo, vamos examinar o que são as Stablecoins, alguns exemplos importantes no mercado, seu funcionamento, vantagens, desafios e o futuro desta tecnologia inovadora!

Investir em criptomoedas em 2024: veja 10 dicas de sucesso!

O que são Stablecoins?

Stablecoins são um tipo de criptomoeda criada para manter um valor estável, geralmente lastreada por um ativo de reserva como uma moeda fiduciária, uma commodity ou outro criptoativo

Elas foram desenvolvidas para superar a alta volatilidade das criptomoedas tradicionais, oferecendo um meio de troca mais seguro e previsível. As Stablecoins combinam a segurança e a descentralização das criptomoedas com a estabilidade das moedas tradicionais.

História e evolução das Stablecoins

A primeira Stablecoin, Tether (USDT), foi lançada em 2014, marcando o início de uma nova era no mercado cripto. Desde então, várias outras stablecoins surgiram, cada uma com suas particularidades e mecanismos de estabilidade. 

Conheça todos os tipos de criptomoedas

O desenvolvimento das Stablecoins acompanhou a evolução do ecossistema cripto, integrando-se com plataformas de DeFi (finanças descentralizadas) e exchanges centralizadas. Atualmente, o valor de mercado de todas as Stablecoins ultrapassa a marca de US$150 bilhões, de acordo com a Coinmarketcap.

Como as Stablecoins funcionam?

As Stablecoins operam através de diferentes mecanismos para manter a estabilidade de seus valores. Esses mecanismos variam desde a utilização de reservas de ativos reais até complexos algoritmos de controle da oferta monetária.

Vamos explorar como esses mecanismos funcionam, os processos de emissão e resgate, e as medidas de segurança e regulamentação que garantem a confiabilidade dessas moedas.

Mecanismos de estabilidade

Entre os principais mecanismos de estabilidade estão as Stablecoins lastreadas em fiat (moedas fiduciárias), as lastreadas em criptoativos e as algorítmicas. Cada tipo possui suas próprias metodologias para garantir que o valor da moeda permaneça estável, mitigando a volatilidade comum no mercado de criptomoedas.

Stablecoins lastreadas em fiat são garantidas por reservas de moeda fiduciária, como o dólar americano ou o euro. Para cada unidade de stablecoin emitida, há uma quantidade equivalente de fiat em reserva. 

Esse modelo garante uma relação direta de 1:1, proporcionando confiança e estabilidade aos usuários. Exemplos incluem Tether (USDT) e USD Coin (USDC). Por outro lado, as stablecoins lastreadas em criptoativos utilizam outras criptomoedas como garantia. 

Essas moedas são geralmente sobre colateralizadas para proteger contra a volatilidade dos ativos subjacentes. Um exemplo é o Dai (DAI), que usa uma cesta de criptoativos para manter sua paridade com o dólar. Esse modelo permite uma maior descentralização, reduzindo a dependência de ativos fiduciários.

Stablecoins algorítmicas mantêm sua estabilidade através de algoritmos e Contratos Inteligentes que ajustam automaticamente a oferta de moeda em resposta às variações de demanda. 

Esses sistemas podem emitir ou queimar tokens para manter o preço estável. Embora ofereçam um modelo inovador, Stablecoins algorítmicas enfrentam desafios de manutenção de estabilidade em condições extremas de mercado.

Emissão e resgate

A emissão e o resgate de Stablecoins são processos cruciais para garantir a estabilidade. Para moedas lastreadas em fiat, a emissão ocorre quando a entidade emissora recebe depósitos de moeda fiduciária, criando uma quantidade equivalente de Stablecoins

O resgate ocorre quando os usuários trocam suas Stablecoins por moeda fiduciária, retirando a quantia correspondente das reservas. Em Stablecoins lastreadas em criptoativos e algorítmicas, a emissão e o resgate são gerenciados através de Smart Contracts (Contratos Inteligentes).

Segurança e regulamentação

A maioria das Stablecoins lastreadas em moeda fiduciária são auditadas regularmente para garantir que as reservas correspondam à quantidade de tokens emitidos. 

As regulamentações variam de acordo com a jurisdição, mas muitas Stablecoins buscam o cumprimento de padrões financeiros para ganhar a confiança de usuários e investidores. 

Por exemplo, a regulamentação de Mercados de Criptoativos (MiCA) da União Europeia e as propostas do Grupo de Trabalho sobre Mercados Financeiros do Presidente dos EUA visam aplicar padrões regulatórios semelhantes aos bancos aos arranjos de Stablecoins.

Preciso declarar criptomoedas no IRPF. E agora?

Exemplos de Stablecoins

Abaixo, discutiremos alguns dos exemplos mais populares de stablecoins, incluindo Tether (USDT), USD Coin (USDC), Binance USD (BUSD) e Dai (DAI).

Tether (USDT)

O Tether (USDT) é a maior e mais antiga Stablecoin, com uma capitalização de mercado de mais de US$ 80 bilhões, em junho de 2024.

O Tether é emitido pela empresa Tether Limited e afirma manter uma paridade de 1:1 com o dólar americano, o que significa que para cada USDT em circulação, há um dólar americano mantido em reserva. 

A criptomoeda enfrentou algumas controvérsias ao longo dos anos em relação à transparência de suas reservas, mas continua sendo uma Stablecoin amplamente utilizada, especialmente em exchanges de criptomoedas, onde facilita a negociação rápida e eficiente.

USD Coin (USDC)

A USD Coin (USDC) é outra Stablecoin importante, lançada em 2018 pelo consórcio da Circle e da Coinbase. A USDC também está atrelada ao dólar americano e é conhecida por sua transparência e conformidade regulatória

A Circle publica regularmente relatórios de auditoria que confirmam a quantidade de dólares mantidos em reserva para lastrear a USDC em circulação. Isso ajudou a USDC a se estabelecer como uma opção de Stablecoin confiável e segura, com uma capitalização de mercado de mais de US$ 50 bilhões.

Dai (DAI)

Dai é uma Stablecoin algorítmica e descentralizada emitida pela MakerDAO, uma Organização Autônoma Descentralizada (DAO).

Ao contrário de Stablecoins centralizadas como a USD Coin, o valor do Dai é mantido por um sistema de Contratos Inteligentes e uma cesta de criptoativos, principalmente Ether (ETH). 

Esse método descentralizado torna a Dai um pilar fundamental no ecossistema de Finanças Descentralizadas (DeFi), permitindo atividades financeiras como empréstimos e negociações sem a necessidade de um intermediário centralizado. 

A oferta total de Dai em circulação ultrapassa US$4,9 bilhões, com mais de 400 aplicações DeFi destacando sua importância nesse universo.

Como funciona o investimento cripto?

Vantagens das Stablecoins

As Stablecoins oferecem uma série de vantagens que as tornam atraentes para os investidores, incluindo estabilidade de preço, facilidade nas transações e integração com Finanças Descentralizadas (DeFi). 

Além disso, elas promovem uma transformação significativa no sistema financeiro tradicional, tornando o dinheiro programável, sem permissão, sem fronteiras e interoperável.

Estabilidade de preço e facilitação de transações

A principal vantagem das Stablecoins é a estabilidade de preço. Diferente de outras criptomoedas, que sofrem grandes oscilações de valor, as Stablecoins mantêm uma paridade estável com ativos de reserva, protegendo o capital dos investidores contra a volatilidade. 

Elas também facilitam transações rápidas e eficientes, com baixos custos, ideais para pagamentos diários, remessas internacionais e negociações em exchanges.

Integração com DeFi e inovações financeiras

As Stablecoins são fundamentais para o crescimento das Finanças Descentralizadas, fornecendo um meio estável de troca e reserva de valor, permitindo empréstimos, staking e outras atividades financeiras. 

A infraestrutura das Stablecoins permite movimentações de dinheiro mais rápidas e baratas, eliminando intermediários e reduzindo custos. 

A programação do dinheiro via Contratos Inteligentes e a eliminação de fronteiras internacionais abrem novas possibilidades para desenvolvedores e consumidores, promovendo a inovação no setor financeiro.

De acordo com Markus Thielen, da 10x Research’s, “o aumento rápido da oferta de stablecoins mostra que o dinheiro fiduciário está sendo transferido para o cripto a um ritmo acelerado, e observar a oferta de stablecoins pode ser um indicador mais útil da demanda por cripto”.

Como investir em Bitcoin com segurança?

Desafios e riscos das Stablecoins

Apesar das suas vantagens, as Stablecoins também enfrentam desafios e riscos. Questões de centralização, regulamentação, confiança e transparência são alguns dos principais obstáculos que essas moedas precisam superar para garantir seu sucesso a longo prazo. Vamos analisar esses desafios em detalhes!

Riscos de centralização

Stablecoins centralizadas, como USDC e USDT, são mantidas por uma única entidade, o que cria riscos de confiança e dependência do emissor. 

O colapso da TerraUSD (UST) em 2022 mostrou os perigos dessa dependência. Stablecoins descentralizadas, como DAI, tentam reduzir esses riscos, mas enfrentam problemas de governança, liquidez, transparência e conformidade regulatória.

Regulação e conformidade

A regulação das Stablecoins está em constante mudança, com autoridades desenvolvendo regras para proteger os consumidores e garantir a estabilidade financeira. 

A regulação pode aumentar a confiança e segurança, mas também pode dificultar a inovação e adoção. Os emissores de Stablecoins precisam cumprir várias normas, como AML e KYC, para evitar riscos legais e de reputação.

Problemas de confiança e transparência

Para terem sucesso, as Stablecoins precisam manter a confiança e transparência. Stablecoins respaldadas por moedas fiduciárias devem provar que têm reservas suficientes, com auditorias regulares e divulgações públicas. 

Stablecoins descentralizadas precisam garantir sistemas íntegros com governança transparente e gestão robusta de riscos. A falta de transparência pode causar crises de confiança e desvalorização, como aconteceu com a TerraUSD. 

Os usuários devem avaliar o histórico do emissor, a conformidade regulatória e as práticas de transparência antes de usarem uma Stablecoin.

O futuro das Stablecoins

As Stablecoins representam uma inovação significativa no universo financeiro digital, combinando a estabilidade das moedas tradicionais com a eficiência das criptomoedas. 

Sua estrutura projetada para manter um valor estável em relação a um ativo de referência as torna uma ferramenta poderosa para transações e armazenamento de valor. 

As tendências emergentes e inovações tecnológicas são fatores cruciais que moldam o futuro das Stablecoins. O desenvolvimento de Stablecoins multi-colateralizadas e algorítmicas mais robustas, junto com a integração de Contratos Inteligentes e soluções de escalabilidade Blockchain, estão ampliando suas aplicações e eficiência. Essas inovações melhoram a segurança e a funcionalidade dessas moedas, facilitando a criação de novos modelos de negócios e serviços financeiros.

A tokenização de ativos destaca-se como uma das aplicações mais promissoras das Stablecoins, tornando as transações financeiras mais eficientes ao eliminar a burocracia do pós-negociação. 

A integração desses ativos com sistemas de verificação e recompensas automatizadas promete simplificar processos financeiros, oferecendo uma experiência de usuário mais fluida e integrada.

“Elas estão no centro de uma transformação profunda no mundo financeiro. À medida que as tecnologias associadas continuam a evoluir e se integrar com sistemas financeiros existentes, podemos esperar um aumento na adoção de stablecoins. Esta convergência tecnológica poderá redefinir a maneira como interagimos com o dinheiro, democratizando o acesso a serviços financeiros e promovendo uma economia mais inclusiva e eficiente.”, conclui Julio Andreoni, Analista de Criptomoedas do Bitybank.